De personalidade intensa, o que o levava a tomar atitudes desmedidas e a se entregar a paixões, Alexander Pushkin podia ser apenas tolerado pelos nobres, mas era venerado pelo povo russo, de quem conhecia bem a alma. Homem do seu tempo, soube, como poucos, retratar as particularidades dos desejos humanos e a história de sua grande pátria.

Considerado por muitos como o fundador da literatura russa moderna, influenciou alguns dos mais importantes artistas de seu país, como Tchaikovski, Dostoiévski e Tolstói, que se inspirou em “A filha do capitão” para escrever seu clássico “Guerra e paz”. 

Sua obra inclui gêneros muito diversos: poemas românticos, prosa realista, versos políticos e dramas históricos, entre outros. Publicou seu primeiro poema aos 15 anos de idade e criou um estilo de narrativa que misturava drama, romance e sátira e fazia uso de expressões e lendas populares, marcando seus versos com a riqueza e diversidade do idioma russo.

Pushkin envolveu-se em campanhas militares que o levaram em várias viagens pelo país – em uma delas foi do Cáucaso à Criméia. Esse deslocamento constante deixou claras influências em sua forma de ver a Rússia. Sua vida se mistura com os acontecimentos históricos da sua época: a Guerra Patriótica de 1812 e a insurreição de 14 de dezembro de 1825, que contava, entre os integrantes, com amigos seus. Por causa de seus ideais políticos liberais e sua influência sobre gerações de rebeldes russos, Pushkin foi retratado pelos bolcheviques como opositor da literatura e da cultura burguesas e um antecessor da literatura e da poesia soviéticas.

 Assim como Goethe simboliza a Alemanha, Shakespeare a Inglaterra, Camões Portugal, Cervantes a Espanha, Pushkin simboliza a Rússia. Em seus 38 anos de vida, o escritor deixou uma vastíssima obra e conquistou um lugar no coração do povo russo.